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Bibliotecas, Bibliotecários e o algoritmo da Humanidade



Biblioteca

Em tempos de Inteligência Artificial e Algoritmos e Big Data que sugerem informações via dispositivos conectados de acordo com dados gerados a partir de buscas, acessos, cliques, curtidas reações e comentários de usuários em plataformas digitais, o fator humano que envolve percepções, insights, empatia e interação vem se tornando cada vez mais escasso.


Essa escassez de relacionamento humano, no entanto, perde força quando postos à prova em ambientes que por natureza prezam pela convivência,  onde o mais importante não são os dados coletados por robôs, mas sim pelo diálogo, por exemplo a Biblioteca.


As interações humanas comuns em Bibliotecas,  possibilitam aos Bibliotecários empregarem seus saberes acerca da produção do conhecimento humano em forma de sugestões de leitura, cinema, artes entre outras formas de registro disponíveis no acervo que gerencia ou mesmo em outras instituições ou bases de dados.

Para a execução dessa tarefa os Bibliotecários utilizam o que poeticamente vamos chamar de "Algoritmo da Humanidade”, o qual definiremos como:


 A capacidade humana de identificar necessidades do próximo a partir do resgate de dados coletados a por meio de observação,  convivência e interações ao longo dos anos, e relacioná-los  com saberes tácitos do profissional acerca de literatura, cinema artes e outras formas de expressão permitindo assim um intersecção que possibilita uma sugestão de um livro, filme, artigo ou obra adequado para determinada pessoa em determinado momento. 


O balcões dos Serviços de Referência são o melhores pontos para "coleta de dados", neles as pessoas expressam suas vontades, gostos, valores e anseios. As expressões faciais, olhares e reações também podem ser considerados nesse processo que não se dá de forma automática, requer sensibilidade, característica peculiar da humanidade.


O algoritmo da humanidade, por exemplo,  permite ao Bibliotecário enxergar naquele jovem que gosta de livros de mecânica e tecnologia, um potencial para tornar-se leitor de ficção científica, apresentando-lhe obras de autores como Phillipe Dick, Aldous Huxley, HG Wells, Júlio Verne e etc.

O mesmo algoritmo da humanidade está alheio às reduções, simplificações comuns ao cotidiano muitas vezes tóxico e raso da internet, e procura entregar algo que possa contribuir para o crescimento saudável daquele a quem serve. 


Obviamente, a presente reflexão não busca criar um antagonismo entre homem e máquina, mas sim chamar a atenção a humanidade que nos resta e que  tanto necessitamos, muitas vezes sem nem mesmo perceber.


Bibliotecário

 
 
 

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